O primeiro cliente do Escritório celebra sua trajetória em livro, que presenteia aos seus familiares e convidados na passagem de seus 80 anos 

 

Ao fundar o escritório, há 45 anos, Marco Túlio De Rose abria as portas também para receber seu primeiro cliente, o primo, Eduardo De Rose. A escolha, como possa parecer num primeiro momento, não foi motivada pelo parentesco, mas pelos sinais de competência e profissionalismo que já permeavam a iniciativa.

 

 

Eduardo confessa não lembrar os motivos de sua consulta ao advogado, mas faz questão de salientar que “ele foi um estudante de Direito distinguido com láurea na formatura, com nota máxima em todas as disciplinas do curso”.

 

 

Também com bacharelado em Jornalismo e igualmente laureado, Marco Túlio assinava uma coluna sobre Direito, no tradicional jornal diário, Correio do Povo. “Eu gostava de ler o que ele escrevia, muitas vezes sem entender o assunto, mas os textos eram muito bons”, frisa Eduardo.

 

 

Como não esquecer os anseios do primeiro cliente?

 

 

Marco Túlio diz que Eduardo, sempre muito ligado à família, precisava regularizar questões relativas a terras herdadas na Itália, entregando esta e outras futuras demandas aos cuidados do escritório. “Marco Túlio sempre foi meu advogado, a vida toda”.

 

 

Com uma carreira invejável, Eduardo De Rose celebra seus 80 anos, ofertando a parentes e amigos um presente especial, um livro com suas memórias que pontuam sua trajetória marcada por desafios e pioneirismo. Marco Túlio exibe um exemplar da obra que Eduardo dedica à família. “O livro foi um desejo dos meus filhos para que eu deixasse registrada minha jornada”.

 

 

Regionalizando o conhecimento

 

 

Médico obstetra, Eduardo acabou optando pela medicina do esporte, contribuindo para a implantação de cursos nas universidades, levando a medicina do esporte para todos os continentes. “Estabeleci um programa de divulgação de cursos, regionalizando o conhecimento da medicina do esporte em outros países”.

 

 

Professor universitário, com doutorado na Alemanha e cursos de especialização na Itália e França, Eduardo De Rose escalou vários degraus até chegar à presidência da Federação Internacional da Medicina do Esporte (FIMS), sendo hoje seu presidente honorário. Ele reúne centenas de premiações, permeadas também pelo pioneirismo e reconhecimento mundial no controle de antidoping iniciado no RS, cedendo posteriormente sua tecnologia para a realização de exames em atletas à Confederação Brasileira de Futebol (CBF), estendida mais adiante a outras confederações esportivas.

 

 

Contribuição à saúde da população

 

 

Na medicina do esporte, seu pioneirismo está na “adaptação do setor ao contexto da saúde da população”, hoje atenta à necessidade de exercícios físicos, atrelada à prevenção de inúmeras doenças. Eduardo De Rose chama a atenção para os dados que apontam para o aumento da média de vida, podendo passar de 77/80 anos para até 120 no próximo milênio, “reflexo do progresso da medicina e prevenção através do exercício, revertendo em um aumento de vida populacional”.     

 

 

Com fluência em seis idiomas, ele visitou ao longo da vida 110 países, o que lhe proporcionou um presente especial da companhia aérea que o transportava mundo afora, o cartão Diamante da Varig, ofertado a quem tinha muitas milhas voadas. Por passar a maior parte do tempo viajando, a família o acompanhava, “até mesmo por necessidade”, como aponta. “Até 2016, meus filhos trabalharam como voluntários nos Jogos Olímpicos, como em Torino, Canadá e Londres, por exemplo”.

 

 

Das viagens ele cita a Itália, por suas raízes familiares, a China pelas suas cidades que refletem modernidade, a Espanha pelos múltiplos alunos com quem conviveu, Portugal pelo apego cultural com os brasileiros, além de Dubai e Emirados que ele traduz como como inesquecíveis “pela tecnologia de futuro”. Com um olhar a esta caminhada, e até com humildade frente a tantas conquistas, ele finaliza: “fiz o que devia fazer como professor universitário, contribuindo para o ensino, formando alunos”.