Arquitetos e clientes da De Rose Advogados celebram a entrega à sociedade do espaço cultural Multiplaco Eva Sopher

25/07/2025 às 09:58

Arquitetos e clientes da De Rose Advogados  celebram a entrega à sociedade do espaço cultural Multiplaco Eva Sopher

     Há 29 anos, o Governo do Estado, em parceria com o Instituto dos Arquitetos do Brasil, capítulo RS (IAB/RS), abria concurso público para um projeto arquitetônico relevante para a sociedade gaúcha, a expansão do Theatro São Pedro, a partir do Multipalco.

 

     Construído em terreno anexo ao Theatro São Pedro, em uma área que liga a Praça da Matriz à Rua Riachuelo (Centro Histórico), o Multipalco, ainda no esboço, nasceria para consolidar um dos maiores e mais completos centros culturais da América Latina. Plateias, camarotes, mezanino, concha acústica, restaurante, entre outros espaços com modernos equipamentos seriam projetados para ocupar 14 mil metros quadrados de área construída.

 

     O concurso, lançado em 1996, foi um desafio, vencido por dois arquitetos e sócios, Júlio Ramos Collares e Dalton Bernardes, que na época também davam impulso às suas trajetórias profissionais em solo gaúcho. Embora anunciado o resultado do certame, em 1998, a obra só teve início em 2003.

 

     Júlio Collares e seu sócio, Dalton Bernardes, que  integram a carteira de clientes da De Rose, com processos vitoriosos no Judiciário, celebram a entrega à Porto Alegre do Multipalco, que leva o nome de Eva Sopher, inaugurado em março último, e aqui detalham um pouco desta experiência.  

 

“Foram 23 anos de obra com algumas interrupções, mas só concluída a partir de um aporte mais recente do Governo do Estado, em 2021”, diz Júlio Ramos Collares,  quando foram repassados 24 milhões de reais, através da SEDAC.

   

Depois de aprovado, o projeto foi readequado à legislação e novas tecnologias, considerando o tempo decorrido até sua finalização. Contempla salas de dança, circo, tecido, música e até salas para alunos carentes, como parte de uma iniciativa social do Multipalco. “Todas as salas ficaram muito bonitas, estamos muito satisfeitos com o resultado e qualidade construtiva”.  Collares destaca que embora se trate de um empreendimento público, a qualidade está presente em todos os detalhes e inclusive percebida por jovens, que consideram o espaço “inspirador”.  

 

Simões Lopes Neto e Olga Reverbel

     O Teatro acoplado ao Multipalco leva o nome de Simões Lopes Neto pela sua contribuição para a literatura e para a criação de uma tradição no teatro gaúcho, tendo dado a arrancada para a produção regular de peças autorais no Estado.

 

     Em formato italiano, o teatro tem 700 metros quadrados, o que permite encenações grandiosas e, ao mesmo tempo, uma proximidade entre os artistas e o público, com diferenciais em porte, estrutura, acústica, entre outros.

 

     Marco Túlio De Rose, sócio e fundador do Escritório, atesta ser um assíduo frequentador do Multipalco e reitera “a acústica perfeita do Teatro Simões Lopes Neto e o amplo espaço entre as cadeiras”, sinalizando que o poder público não poupou recursos financeiros para ofertar diferenciais e conforto à comunidade.    

 

     Há ainda outro teatro oficina que homenageia, com seu nome, Olga Reverbel, autora e professora brasileira que dedicou a vida ao estudo e às práticas da relação entre Teatro e Educação.  Com galeria e espaços móveis para 130 espectadores, com capacidade de expansão, de acordo com cada montagem cenográfica, o local é destinado à criação de espetáculos e propostas experimentais, dispõe de 350 metros quadrados. “Mas há muito mais, são inúmeras salas. Vale uma visita ao local”, sugere Collares.     

 

Registro histórico

     Em abril, foi lançado o livro Multipalco Eva Sopher, organizado por ambos os arquitetos, Júlio Ramos Collares e Dalton Bernardes, com apoio do CAU/RS (Conselho de Arquitetura e Urbanismo do RS), a fim de deixar um registro histórico de todos os fatos e detalhes que encorparam os quase 30 anos de construção do Multipalco.

 

      Além de toda a documentação e fotos das plantas, obra e dos espaços concluídos, o livro conta com depoimentos e artigos de docentes da UFRGS e USP. “É uma iniciativa de muito valor, de extrema importância cultural para a sociedade”. A repercussão rompeu fronteiras, tendo o projeto sido agraciado com Medalha de Ouro na  Quadrienal de Cenografia, Indumentária e Arquitetura Teatral de Praga, a maior exposição de cenografia do mundo.

 

A parceria Dalton e Júlio

     Os arquitetos Julio Ramos Collares e Dalton Bernardes são formados pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, mestres por esta universidade e atuaram como docentes durante muitos anos na FAU-UniRitter. Têm tido atuação intensa na produção de arquitetura desde o final dos anos 70 e agora completam 30 anos de trabalho em parceria, formando um dos mais tradicionais escritórios de arquitetura do Estado.

 

     Neste tempo de atuação, Julio e Dalton realizaram projetos relevantes para instituições públicas e privadas, no Rio Grande do Sul e em outros estados, como Paraná e Santa Catarina. Também tiveram destaque em concursos de projetos, premiações e exposições de arquitetura no âmbito nacional e internacional. Atualmente, o escritório segue realizando projetos de temas variados e de significado relevante para a sociedade. Por exemplo, a ampliação do Colégio Maristas Rosário, na zona sul da Capital, que passou de 3.500 a 24 mil metros quadrados, e a nova área de educação infantil do Colégio Anchieta, entre outros que estão por vir.