Advogados da De Rose falam sobre suas experiências aos jovens do Projeto Pescar, num incentivo para quem quiser seguir a carreira jurídica

     Cliente da De Rose Advogados, a Unicred, desde 2009, participa do Projeto Pescar, contribuindo para a capacitação de jovens entre 16 e 19 anos em situação de vulnerabilidade social. Os 21 integrantes da turma deste primeiro semestre, inseridos em cursos profissionalizantes pelas mãos da Cooperativa, estiveram na sede do Escritório em dois momentos diferentes – dias 16 e 23 de julho. Na ocasião, puderam ouvir opiniões e experiências de seus advogados, expondo o porquê e como ingressaram no Direito, visando retratar possibilidades e cenários que o mundo jurídico oferece para aqueles que desejarem seguir este caminho profissional, seja através do exercício profissional por vias públicas ou privadas.

 

Conexões

     O primeiro encontro foi aberto pelo advogado e sócio da De Rose Advogados, Dr. Vinícius Lima Marques, que deu as boas-vindas aos jovens estudantes, já revelando, com entusiasmo, os motivos de sua escolha.  “Sempre me fascinou o Direito e esta conexão que permite entre diversas ciências em geral, atrelado às possibilidades de resolver conflitos”.

 

     Advogado associado à De Rose, Augusto Franke Dahinten falou em seguida, discorrendo sobre sua carreira. Há15 anos na advocacia privada e há mais de 10 anos no Escritório, ele também leciona há 4 anos em curso de pós-graduação da PUCRS, mesma instituição em que, no ano passado, finalizou seu doutorado. Ao se referir à sua escolha pela formação jurídica, pontuou a sua satisfação: “Sinto que me encontrei no Direito”. Com relação à advocacia e, especificamente, ao escritório, igualmente registrou a sua alegria: “Hoje tenho o privilégio de trabalhar com pessoas as quais eu admiro”, reiterando a importância da leitura e do estudo constante para uma carreira vitoriosa.

 

     Em sua fala, Dr. Augusto comentou, também, acerca das diferentes possibilidades profissionais que a formação jurídica proporciona: “O Direito oferece muitas possibilidades e muitas oportunidades, além disso, é uma formação que traz conhecimento e prepara as pessoas para a vida em sociedade”.  Além de comentar sobre a advocacia privada e as suas diversas atuações, relacionou algumas das principais carreiras públicas, tais como a Magistratura, Ministério Público, Defensoria, Advocacia Geral da União, entre outras.

 

Gratificação

     Rodrigo Jahn, juiz de Direito, foi convidado pela De Rose Advogados para dar sua visão aos jovens. “Desde cedo já tinha ideia de fazer Direito, não sei nem porque, mas era uma coisa que queria muito. Resolver litígios não é uma coisa simples, mas é gratificante”.  Ele lembrou seus tempos de colégio, com passagens por escolas públicas, bem como a luta para ingressar na Universidade Federal. A partir daí, optou por concursos públicos, inicialmente grau dois, depois grau três, até conquistar o título de Juíz do Trabalho. Foram várias provas de diferentes etapas e muitos meses até a conclusão.

 

      “Tive que estudar muito para entrar na Faculdade até entender a necessidade de reforço de matérias que não tive contato no segundo grau. Estabeleci rotina de estudo. Estudar o que não se gosta talvez seja o mais necessário. A gente passa a conhecer matérias e a gostar.  Meu conselho é para que estudem, não deixem de estudar. Por traz de um trabalho qualificado tem muito estudo. Não tem outro caminho”.

 

     Ao falar de sua trajetória, a advogada Karen Wendler, da equipe da De Rose, mencionou sua passagem também pelo Projeto Pescar e o esforço para passar na UFRGS, em 2016. “Escolhi o Direito por uma questão humana, pela possibilidade de ajudar pessoas, mas que também me trouxesse boa condição financeira”. Ela concluiu o TCC em 2021 e conquistou o registro da OAB em 2022. “O estudo é muito importante, mudou a minha realidade e a realidade da minha família, que conta com meu apoio. É uma profissão que abre portas”.

 

     Atualmente ela atua como advogada estratégica, na equipe do Dr. Vinícius Lima Marques, absorvendo um pouco de cada área - Seguros, Trabalhista, Civil, Recuperação de Crédito, entre outras.  “O importante é traçar objetivos, metas para se chegar aonde se quer, mas também é importante respeitar a saúde mental, não viver só para isto. Temos que respeitar nossos próprios limites”.  

 

     A trajetória também não foi fácil para a advogada Sheila Coelho, responsável pela área de Recuperação de Crédito da De Rose, onde atua há 9 anos, vinculada à equipe do Dr. Vinícius Lima Marques. Cursando escola pública, ela também lutou para alcançar os bancos universitários, o que foi possível através de uma bolsa, na FARGS.  Sheila cursou primeiramente Administração de Empresas, mas foi o contato com a cadeira de Direito que a fez mudar de curso no segundo semestre.  Já estagiando, precisou abandonar tudo em busca de trabalho para contribuir para o sustento familiar. “Cheguei a fazer um curso técnico de Publicidade e Propaganda, mas o que queria mesmo era Direito. Entrei no mundo dos eventos para ter uma remuneração melhor. Depois de voltar para o Direito, demorei 9 anos para a conclusão”. Em 2016 ela recebeu o diploma de Bacharel, já como estagiária no time da De Rose.

 

     O recado que ela deixa é a perseguição dos sonhos, “não desista deles”. Com 35 anos, ela diz que se encontrou no Direito. “Não existe idade para se formar, mas para pensar e se encontrar, se achar em nós mesmos e não no estereótipo alheio. Eu tinha este sonho de cursar Direito desde pequena. Advogar não é só algo jurídico, tem muito do que se carrega da vida e se aprende no dia a dia”.

 

O segundo encontro

 

     Dr. Marco Túlio De Rose abriu o segundo encontro, no dia 23 de julho. O momento foi de informalidade, com o sócio-fundador do Escritório respondendo aos questionamentos dos jovens alunos do Projeto Pescar sobre sua trajetória profissional, suas escolhas, as áreas atendidas pela De Rose, chegando à prática do Direito como um todo. “É uma profissão interessante. Nós não a conduzimos, ela nos leva”, reiterou, numa motivação aos desejosos futuros advogados.

 

     Ele mencionou a importância “de se gostar do que se faz”. É a receita do sucesso, pois como aponta, “sempre haverá recompensa”. Questionado sobre as gratificações e frustrações enfrentadas na caminhada profissional, De Rose mencionou “que o balanceado entre ganhar e perder é o que nos move. A luta ensina a crescer, assim é a vida do guerreiro, não só do advogado”.  

 

     Ao despedir-se da turma, De Rose deixou outra mensagem de otimismo: “aproveitem muito esta oportunidade que é o Projeto Pescar. Nem sempre aparecem muitas, mas quando surgem, é preciso saber tirar proveito para se colocar na sociedade. O Projeto Pescar é uma das importantes iniciativas desenvolvidas pela Unicred”. 

 

Ajudar pessoas

     Os advogados Gustavo  Santos Silva e Guilherme Juliasse deram sequência ao encontro, abordando um pouco sobre suas atividades. Gustavo ingressou na equipe há três anos, na equipe do advogado e sócio da De Rose, Paulo Roberto do Nascimento Martins, inicialmente como estagiário. Ele mencionou que a escolha pelo Direito ganhou contorno durante o ensino médio.  Antes disso, chegou a pensar em ser professor.  Ele falou que percebeu que as áreas humanísticas se enquadravam mais ao seu perfil e o Direito logo encabeçou seus anseios profissionais. “Depois de um tempo, vi que era isto mesmo que eu queria”. 

 

     Aluno da Universidade Federal do RS, antes de ingressar na De Rose passou por alguns estágios no Ministério Público, Tribunal de Justiça e escritórios de contencioso cível. “Eu queria contribuir para uma sociedade mais justa, cheguei a pensar em Direito Penal, mas para ser criminalista, tem que se gostar”.  Outra experiência foi com assessoria jurídica gratuita, depois, no Tribunal de Justiça foi se afastando do tema, até se encontrar no Direito Civil.  Na De Rose ele atua na área de saúde suplementar e consumidor. “Gosto muito destas áreas, muda bastante, adquiri conhecimentos para poder ajudar a resolver o problema das pessoas”.

 

     O advogado Guilherme Juliasse, especializado em Direito Regulatório e Direito Médico e Bioética, atua voltado à assessoria jurídica de médicos, hospitais e operadoras de planos de saúde, ligado à equipe do sócio, advogado e doutor Bernardo Franke Dahinten. Ele conta que chegou a pensar, antes mesmo de ingressar na Faculdade de Direito, em seguir a carreira de diplomacia. Já no início do curso, desistiu, ingressou no escritório e, após prestar concurso público para trabalhar no Tribunal de Justiça, foi convocado. Chegou a ser servidor público por um mês, mas foi nessa experiência que teve certeza pela advocacia, optando por retornar ao escritório De Rose Advogados. “Eu trabalho, majoritariamente, em uma área fora do processo judicial, atuando para que empresas e profissionais não sejam processados e que se adequem às regras regulatórias de seu setor, por meio de consultoria especializada aos clientes. No âmbito judicial, defendo médicos e hospitais. Tento fazer com que a condenação, quando ocorre, seja a mais justa possível”. Ele considera interessante este segmento, sempre em contato com a medicina, passando a entender como as situações se dão na realidade, como, por exemplo, em casos de imputações de falhas relacionadas a procedimentos médicos.

 

     Já a área jurídica regulatória, como aponta, tem suas bases nas normas emitidas pelas agências reguladoras responsáveis por cada setor, bem como normas éticas emitidas pelos conselhos de classe competentes. Ao ser questionado sobre a possibilidade de um médico não poder mais exercer sua profissão por conta de um erro praticado, informou que isso é de se considerar apenas quando há, para além da falha na prestação do serviço, a violação grave de uma norma ética por parte do profissional. Sobre a sua especialização e aproximação com termos médicos, ao ser questionado, informou que, “em um determinado momento, a linguagem técnica médica e a linguagem jurídica se tornam mutuamente inteligíveis”.

 

Os contornos e a importância do Direito Tributário no dia a dia

     Matheus Demczuk é advogado e atua no Direito Tributário, na equipe do Dr. Rafael Lima Marques. Ele deu sequência ao encontro, informando aos jovens estudantes sobre os principais contornos do Direito Tributário, isto é, o que se estuda nesse segmento, quais são os principais agentes e quais as suas funções (contribuintes, advogado, procuradores e auditores fiscais), bem como sobre a delimitação e no que consistem os principais tributos municipais, estaduais e federais. Aos estudantes, foram trazidos exemplos práticos, a fim de que conseguissem visualizar a necessidade e a importância de se entender sobre o Direito Tributário, como os deveres fiscais decorrentes do recebimento de uma herança, da propriedade de um imóvel urbano e de um veículo automotor.

 

     Após a delimitação dos contornos dos principais agentes e objetos de estudo, foram especificadas as principais atividades cabíveis ao advogado tributarista, como a realização de planejamento tributário, orientações de conduta e pareceres, defesas de autuações fiscais e ingresso de demandas judiciais, por exemplo. “No planejamento tributário lícito, se destaca a possibilidade de se realizar uma reorganização societária para a diminuição da carga tributária, sempre de acordo com a legislação vigente e em parceria com contadores e profissionais da área atuarial”, destacou.

 

“Coração” do Escritório

     A Controladoria é uma área considerada o “coração” dos escritórios de advocacia. É por ela que passam todas as informações relativas a processos, prazos e clientes. Para falar sobre a área, implantada na De Rose há mais de doze anos, Fernanda Monticeli e Ana Cristina Reis deram sequência ao bate-papo com os estudantes do Projeto Pescar.

 

     Fernanda coordena a área de TI, mas por mais de seis anos esteve à frente da Controladoria. Ambas as áreas se cruzam no atendimento aos clientes, espalhados pelo país. Ela mencionou a rotina da Controladoria, que também envolve a distribuição e o acompanhamento de processos nos 91 tribunais brasileiros, conforme suas competências. “O entendimento, sobre quais as competências, normas e entendimentos relativas aos tribunais é de conhecimento da Controladoria”, diz ela. “O entendimento sobre as competências, normas e particularidades de cada tribunal é de responsabilidade da Controladoria”, afirmou. “O grande objetivo da Controladoria é garantir que nenhuma informação se perca, mesmo diante da diversidade e do elevado volume de dados, intimações e prazos recebidos. São questões muito específicas — um verdadeiro mundo de dados". Hoje, a Controladoria recebe mais de 300 intimações diárias, considerando prazos entre 15, 10 e 5 dias.

 

     Fernanda deixou sua mensagem aos alunos: “A gente se descobre muito com o passar do tempo. Aproveitem todas as oportunidades do mercado de trabalho, valorizem também as redes de apoio e procurem sempre demonstrar interesse por novas aprendizagens — isso é muito importante".

 

     Outra mensagem de otimismo foi deixada pela Bacharel em Direito, Ana Cristina Reis: “Estudem, leiam quanto mais fizerem isto, mais vocês vão crescer. Vocês são jovens, abracem as oportunidades que apareçam”. Ela iniciou na De Rose na Controladoria. Hoje, atua na área de Seguros, mas afirma gostar bastante da Controladoria e faz uma analogia entre o setor e a Fórmula I. São as equipes dos boxes da Fórmula I que apoiam os pilotos em todas as suas necessidades. “Sem essa equipe, o piloto pode até ser bom, mas não vence a corrida. Assim é com a Controladoria”.  

 

     Encerramento

     O encerramento do encontro foi marcado pelo agradecimento dos alunos à De Rose, na presença dos sócios Marco Túlio De Rose e Vinícius Lima Marques. Todos subiram ao palco, no Auditório, para a foto oficial do evento.