Justiça e Inflação: Crescimento desta, Emperramento Daquela

30/08/2022 às 11:46


Por Marco Túlio de Rose





O informativo G1 diz que a inflação do Brasil está entre as mais altas do mundo, conforme a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento (OCDE). Propaganda política afirma exatamente o contrário.  Fica difícil saber a verdade, pois estatística em período de propaganda eleitoral apenas servem para demonstrar que a exatidão dos números é uma falácia tão grande quanto a crença que cloroquina é remédio para COVID.





         O fato é que essa indesejável das gentes, a inflação, maior ou menor que em outras terras e levantamentos, saiu da cova onde jazia há tempos e volta a assombrar contas e compromissos assumidos de longo prazo. Tudo isso sem contar a imensa disparidade entre os diversos índices, algo que nunca ficou muito bem explicado.





         Uma das vítimas dessa detestável aparição é precisamente o Judiciário, que todos sabemos extremamente assoberbado de questões, passa a contar com um componente a mais, a desafiar as interpretações dos magistrados, a serem tomadas no meio de uma realidade emergente com pouquíssimos parâmetros legislativos para conferir maior certeza interpretativa.





          A prática da Jurisdição e a espiral inflacionária ascendente sempre foram grandes inimigas. Esta última é uma serpente venenosa que sem ser letal, inocula um veneno que provoca paralisia das atividades daquela, sufocada por solicitação de liminares pelos que são atingidos de forma positiva ou negativa com a ascensão do custo e de vida e a depreciação dos meios de pagamento.





         Parece haver um consenso que a inflação mundial ascendente é ocasionada por uma subida dos preços internacionais dos combustíveis, da energia e dos alimentos. A pergunta que não consigo deixar fora do ar é que se o Brasil tem imensas reservas de combustíveis, inúmeras fontes de energia e é grande produtor de alimentos, por que não conseguimos escapar desta velha e sempre renovada praga?