Ficarão no Mercado Empresas focadas em respeito aos direitos humanos, gestão e sustentabilidade (Por Clarice Ledur)
Publicações - 09/05/2023 às 09:35

A surpresa foi grande quando surgiram as primeiras notícias sobre o trabalho análogo à escravidão, na serra gaúcha. Infelizmente, outros casos surgiram, revelando que dezenas de outras pessoas estavam vivendo e trabalhando em condições impróprias em solo gaúcho.
Quantas outras existem sem que saibamos?
Situações inimagináveis quando pensamos no grau de desenvolvimento e tecnologia conquistado pela Humanidade.
Hoje, muito se fala em ESG (“Environmental, Social and Governance”), termo que ganhou destaque, a partir de 2004, quando a ONU publicou o relatório “Who Care Wins”, que enfatiza a importância de conciliar práticas sociais e ambientais sustentáveis com lucros aos acionistas.
Muito mais se pode pensar, por trás desta terminologia. Sob o ponto de vista do ESG social, a responsabilidade social corporativa foca na necessidade de as empresas olharem para os impactos que suas atividades causam na comunidade local (justiça social) e nas relações de trabalho (gestão do capital humano). Processo que deve, sobretudo, iniciar pelo respeito aos direitos humanos, promovendo trabalho decente.
Algo que está distante do que vimos nos últimos meses, quando as notícias referentes ao trabalho análogo à escravidão vieram à tona. A hora é de mudança, de união de forças entre empregados e trabalhadores, incluindo terceirizados, para que o trabalho realizado com decência ganhe forma, definitivamente.
O Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 8 (ODS8), da Agenda 2030 da ONU, vincula o trabalho decente ao crescimento econômico sustentável, que passa pela promoção do emprego e pela valorização do trabalhador. Os Princípios Orientadores Sobre Empresas e Direitos Humanos da ONU estabelecem o dever das empresas respeitar os direitos humanos.
Como positivo, dá para dizer que já estamos vivenciando posicionamentos, principalmente de jovens, na defesa de marcas e empresas que praticam o “politicamente correto”, seja no respeito ao colaborador, bem como nas boas práticas de gestão e proteção ambiental.
Somente estas organizações, em qualquer lugar do Planeta, vão se manter no mercado, pois esta demanda é global. Empresas respeitáveis querem parceiros com o mesmo perfil e consumidores que possam replicar suas vozes, ampliando esta cadeia mundo afora.
A denúncia é importante neste momento, além do permanente olhar ao que acontece em nosso entorno, mudando vidas, contribuindo para um mundo melhor. Neste cenário, somos atores compromissados com os mesmos fins, ou pelo menos deveríamos ser!